Uma Verdade Indigesta, de Marion Nestle

Capa da obra "Uma verdade indigesta" de Marion Nestle.

FICHA TÉCNICA

2019 /368 pág / São Paulo

Autora: Marion Nestle

Editora: Elefante

Catalogação bibliográfica: 1. Alimentos - Indústria

2. Alimentos - Pesquisa - Aspectos morais e éticos.

ISBN: 978-8593115271


O livro Uma verdade Indigesta, como a indústria alimentícia manipula a ciência do que comemos, trata-se de um trabalho investigativo da Nutricionista Marion Nestle que passou a observar o comportamento das corporações que manipulam a área da saúde e da nutrição científica. A indústria de alimentos promove a propaganda de seus produtos alimentícios por meio de pesquisas sobre nutrição e saúde. Por isso, hoje em dia se torna difícil definir se um alimento é saudável ou não, porque a área da nutrição está sendo sustentada por agentes que possuem interesses de mercado que naturalmente só querem vender os produtos industrializados.


O livro relata que a maior parte das pesquisas (testes e resultados) da nutrição dos alimentos se sustentam no lucro fugaz. Marion Nestle destaca diversas vezes o que Cientistas da Nutrição não esclarecem, eles não tratam de saúde e nutrição nessas pesquisas, mas eles são patrocinados pelas empresas para darem resultados positivos sobre um produto alimentício. O resultado dos experimentos do que é considerado boa alimentação é desconfortável. Por isso no capítulo Marketing não é ciência demonstra como os produtos são aprovados e como eles chegam às propagandas, aos comércios e as pesquisas mais conceituadas. Portanto é uma investigação importante, que expôs como profissionais da área da saúde podem ser irresponsáveis com boa parte da população que não sabe interpretar rótulos, composições e origem dos alimentos.


O livro traz a reflexão daquilo que é “correto” na prática de pesquisa e o que está sendo ignorado pelas grandes companhias de alimentos quando há interesse econômico em apenas vender. O livro também esclarece como pequenas atitudes dos acadêmicos e profissionais da saúde são manipuladas para obter resultados científicos positivos; atitudes sem relação com a política da saúde pública.


Nós compreendemos que quando um produto passa por testes e é aprovado como saudável pela ciência da Nutrição, ele passará a ser comercializado como produto “saudável”. O problema é como nutricionistas do Marketing nos meios de comunicação fazem para influenciar se produtos passarão por aprovação no âmbito da saúde e alimentação. Eis a questão que aparentemente está sendo ignorada pelas universidades da nutrição, laboratórios e seus profissionais da saúde: eles deveriam dar respostas seguras e independentes do que é verdadeiramente saudável, não fazem isso porque são financiados para obter os resultados desejados pelo mercado (em simples palavras: pelo dinheiro).


Por causa desses conflitos de interesses, nos círculos do trabalho científico, é importante sabermos interpretar rótulos dos produtos, composição dos alimentos e origem dos alimentos ultraprocessados antes de consumi-los, também para simplificarmos a busca por uma pesquisa segura sobre um produto, devemos buscar matérias que não sejam em forma de “comunicado de imprensa” e inspecionar os vocábulos como “avanço”, “milagre” e “pode” nessas matérias, a exemplo deste último vocábulo inserido em frases de causa e efeito como essas: “pode reduzir riscos de doenças cardíacas” e “pode melhorar a cognição de idosos”, assim identifica-se um tipo de textualidade falacioso e duvidoso. Portanto realizar uma breve leitura crítica nos ajuda a fazer o julgamento de notícias e de estudos científicos sobre os produtos.


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